20111014

POINFO/MN # CAPÍTULO 3


CAPÍTULO 3


O corpo humano, como já foi dito, é o mais extraordinário ecossistema do planeta. Dissemos, também, que, de modo indubitável, esse corpo está interligado a outros ecossistemas da natureza. Fica claro, então, que as ameaças que destroem o planeta desestabilizando-o, existem também em relação ao nosso corpo.

Temos muita dificuldade para entender porque as doenças,
às vezes suportadas como inevitáveis, nos atordoam.

A doença nada mais é do que o grito de socorro de um micro-sistema individual, que está sendo violentado e massacrado pelo estilo de vida que adotamos para nós mesmos e passamos a impor ao “pobre coitado”.

Não estou “descendo o porrete” em ninguém, em quem consome álcool, fuma cigarro, come isso ou aquilo, não é isso! Somos todos maiores de idade, vacinados e temos endereço conhecido. Seria uma insanidade, uma perda de tempo, mesmo, tentar ensinar para as pessoas, coisas que elas estão “carecas” de saber. Todo mundo sabe o que é certo e errado! Jamais tive a menor dúvida quanto a isso.

Você não vê por aí, nenhum tabagista, por mais inveterado que possa ser, elogiando a própria atitude ou considerando-a “boa coisa” para a sua saúde, sua vida e para a vida dos que o cercam. Eles sabem perfeitamente que são taxados como “persona non grata” pela população não fumante, têm pleno e total conhecimento de que são abominados pelos fumantes involuntários que, muitas vezes adoecem seriamente por influência do vício pelo qual ele (a) o (a) “espaçoso (a)” optou.

O que ouço freqüentemente por parte dos meus pacientes dependentes é que eles
sabem que cigarro e álcool são nocivos, e que são mal-vistos e inconvenientes.
(é importante frisar que estes termos são proferidos por eles, não por mim).
No entanto, apesar disso, optam por usá-los, pois isto lhes dá prazer, e ponto.


Acredite, não julgo, mas sejamos, ao menos, sensatos!

O que vai acontecer na vida dessas pessoas a partir dessas declarações, não é da conta de Deus ou do destino cruel. Colhemos na vida, os dividendos daquilo que semeamos. Só podemos sacar o que depositamos, não é assim? Essa é a lei.

Um conhecido, freqüentador da nossa clínica, contou-me que foi ao velório de um tio. Depois de mais de ano e meio de muito sofrimento, não resistiu. Registrado no seu atestado de óbito, lá constava como “causa mortis”– enfisema pulmonar com carcinoma espinocelular, um dos tumores cancerígenos mais agressivos e, para arrematar, cirrose hepática. Dizia o meu cliente: “Já era madrugada, quando entra um amigo de sinuca e de cachaça do tio, “mamado de porre”, com uma garrafa de pinga em uma mão e um cigarro na outra, olha demoradamente para o amigo que se vai deste mundo e, em tom de despedida, com um olhar melancólico, joga um pouco de pinga na barriga do defunto e diz: ‘leva esta pessoalmente pro santo!’. Feito isso, deu uma baforada de cigarro, inundando o ambiente, cumprimenta polido e cortês, a tia viúva, boquiaberta, e sai cabisbaixo, todo compenetrado porta afora. Toda desgraça que aconteceu com o tio serviu de exemplo?”        

Doença é, pois, o resultado da violação de leis naturais.

O desconforto, o incômodo, enfim, o sofrimento com a doença, surge a partir da perda da estabilidade, que só a harmonia com o meio ambiente pode proporcionar. É sempre bom lembrar que pessoas também  fazem parte desse “meio ambiente”.

Permitam-me um aparte: Trabalho com gente há muito tempo e tenho apreendido algumas lições dessa lida. Há uma tendência, (um tanto ingênua), mas não deixa de ser uma tendência, para julgar esse “papo de ecologia, meio ambiente, harmonia” como conversa mole, como coisa de quem não tem mais o que fazer.

É preciso ter muito cuidado! Este é o momento de parar e refletir. 

Se não tivermos paciência e humildade, fatalmente vamos nos precipitar e inferiremos julgamentos infundados que têm força, mais do que suficiente, para abalar os nossos alicerces e para pôr tudo a perder.


É prudente, pois, seguir adiante
com respeito e sensibilidade.




oOo



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